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Lesão do Ligamento Cruzado Anterior do Joelho

A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho é cada vez mais frequente em atletas entre os 15 e os 25 anos de idade. O principal mecanismo de lesão é caracterizado pela rotação da perna sobre o pé fixo no chão, com o joelho em semi-flexão.

No futebol europeu, as lesões do LCA constituem 43% do total de lesões do complexo articular do joelho. O risco de lesão é maior em jogadores de elite, pelo maior tempo de exposição e pelos maiores skills, estando inerente mudanças de direcção bruscas, e em atletas do sexo feminino (2 a 3 vezes maior), consequente a maiores alterações biomecânicas ou anatómicas, maiores défices neuromusculares e razões hormonais. Em muitos casos, a lesão é responsável pelo fim da carreira desportiva. Num estudo de 1995 de Roos, Ornell, Gardsell apenas 30% dos jogadores de futebol estavam activos, 3 anos após a lesão, o que não se verifica actualmente devido aos progressos da medicina e, especialmente da fisioterapia, com um papel fundamental nas fases pré- e pós-operatório.

 

Sendo este ligamento um dos principais estabilizadores do joelho, a sua lesão origina uma instabilidade mecânica e funcional da articulação. O LCA garante a estabilidade do joelho através do controlo da rotação da tíbia em relação ao fémur e providencia uma resistência à excursão anterior da tíbia (gaveta anterior) de cerca de 86%. A rutura do ligamento pode induzir outras patologias do joelho, tais como: osteoartrite, lesão meniscal e da superfície condral.

 

A rutura do LCA pode-se diagnosticar através de avaliação especifica mediante testes ortopédicos e confirmada pela realização de uma Ressonância Magnética. Quando existe uma rutura total, outras estruturas como o menisco interno e o ligamento lateral interno também se podem romper, neste caso teríamos a chamada lesão da “tríade”.

 

As ruturas parciais podem evoluir bem através de tratamento conservador, Fisioterapia, se o caso tiver indicação para tal. A idade e o nível de actividade física é determinante para a decisão cirúrgica, no entanto há que ter em mente as consequências a longo prazo de não possuir um LCA reconstruido, como a menor estabilidade da articulação do joelho e o aumento do risco de contrair lesões meniscais e condrais. Uma pessoa ou atleta jovem e activa beneficiará de uma opção cirúrgica ao LCA, já que lhe permitirá regressar á actividade normal. Sem esta “reparação” aumenta o risco de recidiva de entorse e lesões adicionais. No entanto, reforçando mais uma vez, cada paciente terá de ser avaliado personalizadamente e tomada a decisão mais correcta para o seu caso especifico.

 

Quanto à Fisioterapia pós cirúrgica, o protocolo será determinado e influenciado pelo procedimento especifico e enxerto utilizado. Inicialmente quer-se promover a diminuição do edema, obter a extenção máxima do joelho e iniciar movimiento. Parâmetros como o restauro da amplitude de movimento, fortalecimento, equilibrio, propriocepção são fundamentais ao longo de um processo que pode ter uma duração entre 5 a 7 meses